O Secretário-Geral da ONU apelou ao G20 para uma transição rápida para o BEM
Todos os países do mundo devem reduzir as emissões em 9% anualmente durante esta década para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, anunciou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, na Cimeira do G20 no Rio de Janeiro, em 19 de novembro.
Para atingir este objetivo, apelou a uma transição mais justa e rápida dos combustíveis fósseis e ao aumento da utilização de fontes de energia renováveis (REE), que estão agora a tornar-se mais baratas em quase todo o lado.
De acordo com o Secretário-Geral da ONU, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) são cruciais para colocar o mundo no caminho certo.
“Como observou o Presidente do Brasil (país que sediará a COP30 em 2025), os países do G20 são responsáveis por 80% das emissões globais. Na semana passada, o Brasil e o Reino Unido anunciaram novas NDCs. Todos os países do mundo devem alinhar os seus NDC com a meta de 1,5 graus e definir metas claras e absolutas de redução de emissões até 2030 e 2035. Lembrei que até 2030, os países devem tentar triplicar a sua capacidade de energia renovável, duplicar a sua eficiência energética e parar a desflorestação.
Tudo isto deve ser feito no âmbito do princípio da responsabilidade comum mas diferenciada”, sublinhou Guterres.
O Presidente Lula disse que as Nações Unidas, em parceria com o Brasil e a UNESCO, estão a lançar uma Iniciativa Global para garantir a integridade dos dados sobre alterações climáticas.
“Colaboraremos com investigadores e parceiros para reforçar as medidas de combate à desinformação climática”, acrescentou.
“Antes da COP29, apelo aos países do G20 para que consigam que os seus ministros e negociadores concordem com uma nova e ambiciosa meta de financiamento climático este ano. O fracasso não é uma opção. Isto poderia comprometer o objetivo de desenvolver novas NDC e levar a consequências devastadoras num momento em que se aproximam alterações climáticas irreversíveis”, alertou o Secretário-Geral da ONU.
Ele observou que a não implementação dessas medidas dificultará a organização bem-sucedida da COP30, a ser realizada no Brasil em 2025.
“O novo objectivo financeiro deverá satisfazer as necessidades dos países em desenvolvimento e começar com um aumento significativo no financiamento estatal concessional. A este respeito, saúdo as recentes declarações dos bancos multilaterais de desenvolvimento. Estou certo de que o sucesso da COP29 está em grande parte nas suas mãos. “Apelo ao sentido de responsabilidade de todos os países sentados nesta mesa e apelo-lhes para que ajudem na realização bem sucedida da COP29”, disse Guterres no seu discurso aos países do G20.